Sobredotação

 

Alguns autores definem que o sobredotado a nível mental tem um QI elevado, um bom sucesso escolar, uma maior capacidade de atenção, forte sentido de observação, pensamento criativo, intuitivo e produtivo, poder de síntese, sentido crítico (Serra, 2005).

Serra (2005) refere que as crianças sobredotadas não constituem um grupo único e homogéneo. Cada uma tem uma combinação de traços, características e atributos, provenientes da genética e do ambiente ao qual é exposta.

O aluno sobredotado é alguém que tem uma perceção e memória elevadas, raciocínio rápido, fluência de ideias, inventividade e produtividade superior, persistência, entusiasmo, curiosidade, independência. Este aluno é alguém que se destaca por ter um grande desenvolvimento numa determinada área ou em diversas áreas (Serra, 2005).

Todavia e segundo Guenther (2000), os sobredotados, podem ser agrupados em três tipos de talentos, no que respeita ao seu comportamento:

  1. Talento académico;
  2. Talento criativo;
  3. Talento psicomotor.

“Independentemente de uma definição consensual, na criança sobredotada, um cérebro de sete anos, pode funcionar muito além dessa idade cronológica, conquanto não deixe de pertencer a um corpo de sete anos, com emoções próprias dessa idade.”

Terrasier (1981) aponta algumas “dessincronias” a nível interno e social que podem afetar o sobredotado. A leitura precoce pode ser acompanhada de dificuldades na escrita fruto da desvantagem entre desenvolvimento intelectual e psicomotor; o desenvolvimento precoce e brilhante da inteligência pode ser pautado por um atraso e imaturidade afetivo-emotiva, podendo o sobredotado ser dominado por medos e ansiedade. Também a escola, a sociedade ou os próprios pais podem não compreender ou respeitar o desenvolvimento cognitivo do sobredotado.

As crianças sobredotadas podem aborrecer-se mais facilmente na escola, serem vítimas de segregação social, pressão, etc.

Aspetos pedagógicos da sobredotação

Os programas de atendimento ao sobredotado devem ser adaptados a cada caso, tendo sempre em conta que as crianças antes de serem sobredotados são crianças e alunos (Barros e Barros,1996).

Diversos autores apontam algumas linhas gerais de intervenção dos educadores com sobredotados, que passam por envolver e desenvolver todas as dimensões da personalidade:

  • Dar a possibilidade de desenvolver os diversos fatores de inteligência;
  • Torna-los sensíveis aos estímulos do meio;
  • Desenvolver hábitos de trabalho e de estudo;
  • Promover o espírito crítico;
  • Favorecer a evolução global ou integral;
  • Ampliar as experiências desses alunos nas diversas áreas;
  • Fortalecer o autoconceito (Barros e Barros, 1996).

A aceleração escolar, isto é, a admissão precoce na escola ou o saltar de ano, é um tema que se divide em algumas vantagens e desvantagens: as primeiras referem que os alunos tendem a escolher amigos mais velhos; também ao nível de conhecimentos, o aluno aprende num curto espaço de tempo, ou pode aborrecer-se com a lentidão da aprendizagem. Relativamente às desvantagens, alguns autores defendem que os sobredotados devem manter-se com crianças da sua idade; a criança que avança de ano perde alguns conhecimentos necessários e o desenvolvimento não é uniforme em todas as áreas (Barros e Barros,1996).

Rezulli (1977) propôs um modelo de instrução para o sobredotado que passa pelo seu enriquecimento:

  1. Experiencias exploratórias gerais que classificam o desempenho do aluno;
  2. Atividades de aprendizagem em grupo:
  3. Projetos desenvolvidos a nível individual ou grupal.

Em Portugal, o Ministério da Educação definiu para a sua ação que:

"Sobredotação constitui a expressão de um conjunto de fatores interatuantes que resultam na manifestação de um desempenho saliente.

O ambiente educativo em que se processa o desenvolvimento das crianças e, particularmente, a escola, joga um papel decisivo na sobredotação, cabendo-lhe a responsabilidade de criar oportunidade e experiências de aprendizagem favoráveis ao desenvolvimento e expressão da sobredotação.

O ajustamento da qualidade das respostas educativas produzidas pela escola relativamente aos alunos sobredotados, poderá contribuir para a construção de uma prática pedagógica mais centrada nas particularidades psicológicas, sociais, cognitivas, que fazem de cada criança e jovem um sujeito único, cujo direito à diferença e à valorização das suas potencialidades e competências deverá constituir a finalidade central do sistema educativo”

(in Crianças e Jovens Sobredotados: Intervenção Educativa, Ministério da Educação – Departamento do Ensino Básico, 1998).

Sabe mais lendo:

apcs.co.pt/pdf/Guia_sobre.pdf

www.esepf.pt/u/apcs/formacao/criancas_jovens_sobredotados.pdf

 

Ver também:

https://apcs.co.pt/

 

 

 

 

 

 

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