Homeschooling
Home education e o seu quadro social
Diferentes grupos de professores que lecionam em casa representam uma ampla gama de críticas à escola e aos grupos socioculturais. Em todos os países com home education considera-se a existência de 4 grupos, sendo os quatro primeiros os mais distintos e portanto os mais estudados:
- Os estruturados: os educadores que lecionam em casas são frequentemente religiosos, conservadores, sendo estes pais maioritariamente de classe média. Para Basil Bernstein (1977) estes são orientados para a posição e para os papéis no seu código pedagógico, focando-se sobretudo no conhecimento objetivo analítico;
- Os Unschooling: estes educadores que dão aulas em casa são frequentemente bem-educados por pais de classe média, são contra a instituição escolar, com ideais políticos e culturais radicais. São o que Bernstein chama de pessoas orientadas para a identidade, frequentemente praticam uma educação centrada na criança, a aprendizagem em casa tem como prioridade a criatividade, as novas interpretações e o conhecimento comunicativo;
- Os pragmáticos: são locais rurais, os pais têm uma educação formal limitada. Enfatizam a educação em casa como ancorada ao trabalho prático;
- Os desconhecidos: diferentes grupos de educadores em casa que não são registados pelas autoridades ou conhecidos, podendo estes serem os educadores radicais contra a instituição escola, os ciganos, os imigrantes desconhecidos, as famílias com problemas sociais que têm também geralmente problemas com abuso de substâncias e as famílias que são extremamente religiosas. Para muitos destes indivíduos, a home education é um assunto sério, mas para outros não passa de uma desculpa para se isolarem da sociedade (Beck, 2010).
Estes quatro grupos representam de uma forma geral os grupos inseridos na escola, que têm diferentes graus de conflitos socioculturais, tanto com a instituição escola como com o estado nacional (Hoem, 1978). Com mais tempo passado na escola, tanto a substância como o grau de conflitos podem proporcionar mais problemas sociais na escola, sendo isto o que lhes dá uma maior motivação para a educação em casa (Beck, 2010).
O quotidiano e a Educação
Peter Berger e de Thomas Luckmann´s (1975) consideram que o quotidiano é a participação na família, na comunidade e em todos os locais onde existe um baixo nível de institucionalização formal e controlo autoritário. Muitas das crianças passam o seu quotidiano na escola, havendo um desequilíbrio entre o tempo utilizado no seu quotidiano e o usado na instituição de educação formal, podendo isto gerar um distúrbio entre as aprendizagens do estudante e a sua socialização. Quando a participação escolar faz com que a que a criança viva o seu quotidiano abaixo de um mínimo aceitável, então uma home education passa a ser compreensível (Beck, 2010).
Ponte social na educação
Existe uma certa abertura quando se fala da ponte ideológica e institucional entre a moderna home education, outros tipos de pedagogia fora da escola convencional e a pedagogia escolar. A comum essência que constitui tal ponte é encontrada em conceitos como: aprendizagem localizada (Lave & Wenger, 2003); uncoiling (Holt,1991); aprendizagem autónoma por parte do aluno (Khulna, 2006); aprendizagem informal (Thomas, 2002) e educação progressiva (Dewey, 1997). Esta ponte dá-nos um novo espaço social na educação, quando a escola não nos fornece vantagens tais como: maiores possibilidades socias na educação e a home education sim, então isto faz-nos pensar em novos argumentos. Pois esta forma alternativa, não nos oferece apenas novas formas de liberdade individual na educação, mas também novas governamentações nacionais e internacionais onde os fatores burocráticos, tais como: planos, testes e documentações se expandem (Kruger, 2007) (Beck, 2010).
As escolas modernas de hoje estão sob um regime social tecnocrático, onde o elevado grau de poder encontra-se descolado dos professores, dos pais, dos estudantes, das escolas e das comunidades, os especialistas e o governo central. Tais processos podem negativamente afetar a liberdade básica e o estreito espaço social na educação dentro das escolas e dá razões a encontrar educação fora desta instituição (Beck, 2010).
Novos motivos para a educação
Van Galen (1988) distingue entre dois tipos de educadores;
- Ideológicos: enfatizam os valores da família e os valores conservadores, e são motivados pelo desacordo com a escola em termos de valores, sendo estes levianamente confundidos com os religiosos fundamentalistas;
- Pedagógicos: consideram uma quebra com a instituição escolar formulando por sua vez abordagens pedagógicas mais desejáveis (Beck, 2010).
Os pais das crianças que adotam educação em casa como opção focam-se em motivos como: o bullying, a abstenção da ida à escola, más relações com os professores e o cuidado com o desenvolvimento social da criança, estando no entanto mais preocupados com os resultados escolares das crianças do que os pais que não consideram esta opção (Beck & Vestre, 2008).
Para os pais onde a educação em casa não é uma opção as razões são baseadas na escola: medo da abstenção da comunidade escolar e também medo dos maus resultados da aprendizagem e isolamento social. Aqui, o tempo e as possibilidades económicas são considerados menos importantes (Beck, 2010).
Ver também: