Teste de PISA
Hoje em dia existe uma nova pedagogia mestre nas escolas, que podemos descrever em 3 pontos:
- Aumento da amplitude: pois há mais tempo despendido na escola, tanto em termos de anos de vida do individuo como em horas despendidas por dia;
- Socialização: maior foco nas questões sociais e de identidade;
- Avaliação: testar o conhecimento tem prioridade não unicamente na leitura, na matemática e nas ciências naturais e sociais, mas também nas capacidades de socialização (Beck, 2010).
A necessidade de ter mais trabalhadores especializados, juntamente com os baixos ordenados fez com que os pais financiassem o ensino superior, e como consequência fez com que os seus filhos passassem mais tempo na escola. Assim, a socialização do quotidiano dos alunos tornou-se relacionada apenas com as questões escolares (Beck, 2010).
Nos países modernos, com altos níveis de desenvolvimento económico existem sistemas escolares mais desenvolvidos e os melhores resultados na Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económica (OCDE) e por conseguinte nos testes de conhecimento internacionais PISA, tanto na leitura como na matemática e nas ciências naturais. Esta correlação aparente entre o nível de desenvolvimento económico do país e os recursos investidos na educação refletir-se-ia nos testes de PISA. No entanto, o país com melhores resultados a este nível é a Finlândia, apesar de estar a sofrer as consequências de uma alta crise económica após a segunda guerra mundial e após a desintegração da união soviética em 1989. O que suscita a dúvida como é que os USA e a Noruega, tendo melhores condições económicas, têm resultados mais baixos neste teste (Beck, 2010).
Na Noruega a situação é diferente, apesar de os cidadãos possuírem altos níveis de desenvolvimento de educação formal e de um bom sistema escolar, parece que os resultados não são assim tão visíveis nos testes de PISA. A economia norueguesa encontra-se baseada no óleo, criando assim investimento no sistema educacional e maior nível de escolarização, no entanto, toda esta área da educação é muito independente do sistema económico. Ou seja, há 3 explicações possíveis para estes baixos resultados:
- Conforto: a produção do óleo faz a Noruega um país rico, e a procura por mão-de-obra torna-se mais fácil, portanto não é necessária muita educação para se ter um trabalho e a motivação para receber educação escolar é mais baixa. 30 % dos alunos noruegueses abandonam o ensino secundário de uma forma racional (Markussen, 2008). Os rapazes que iam trabalhar consideravam que os conhecimentos académicos não lhes davam nada, preferindo assim sair da escola, aprender uma profissão e ganhar dinheiro (Beck, 2010).
- Mais tempo despendido na escola: a escola dá-nos uma extensa agenda de socialização, o que parece retirar-nos tempo e o esforço da aprendizagem de um conhecimento objetivo, não existindo portanto evidências que mais tempo na escola resulta no melhor ensino e em melhores resultados de aprendizagem (Cuban, 2008). Neste país, os professores fornecem muitos materiais para as crianças fazerem e muitas tarefas relacionadas com a socialização, os que faz com que o tempo e a energia para ensinar seja menor, o que faz com que a qualidade das escolas diminua (Henriksen & Vik, 2008). Consequentemente, a aprendizagem de conhecimentos objetivos passa muitas das vezes pela responsabilidade dos pais (Beck, 2010).
- Novo conhecimento: Atualmente, nas escolas norueguesas existe um maior foco no novo tipo de conhecimento: a compreensão do homem, a comunicação sociocultural e os novos projetos criativos, o que dá um menor ênfase às capacidades analíticas na matemática, nas ciências naturais e no conhecimento prático. Paradoxalmente, é este conhecimento analítico que o teste de PISA analisa, o que explica os baixos resultados obtidos nestes testes pelos estudantes noruegueses (Beck, 2010).
Complementar a leitura com:
ver também: