Jeovás

 

Crenças e Visão na História
 

As testemunhas de Jeová são uma religião Cristã, o pregar de porta em porta e a distribuição de revistas relacionadas com esta religião é uma das chaves da identidade deles (Wah, 2001).

Os princípios e crenças desta religião estão baseados na compreensão da bíblia, acreditando que Jeová é um Deus criador do paraíso e da Terra, pondo as leis de toda a Terra nas mãos do seu filho, Jesus Cristo, que governou a Terra e restaurou o paraíso nos anos 1000 sendo que no ano 1914 começou a contagem dos últimos dias da governação do Homem à face da Terra (Wah, 2001).

Como resultado do seu crescimento e visibilidade, têm sofrido muitas oposições como: o clero da igreja Católica Francesa sendo que em 1939 antes do começo da Segunda Guerra Mundial foram banidos de França; foram perseguidos na Alemanha pelos Nazis que os arrastaram para campos de concentração e lhes confiscaram todo o material religioso, fazendo com estes tivessem de abandonar os seus encontros em locais secretos e passassem a pregar de porta em porta com muita cautela. Nesta época, também muitas crianças foram retiradas às suas famílias com o argumento que os pais estavam a abusar do direito de guardiões ao ensinar às crianças uma filosofia de vida diferente das ideias da maior parte da Alemanha (Wah, 2001).

Nas escolas...

Apesar de nas escolas se lutar pela igualdade no que diz respeito a oportunidades, deveremos também lutar pela diferenciação, apoiando assim aindividualidade de cada criança e aproveitando o leque de diferenças que possa existir na sala de atividades para benefício de cada um dos presentes (Silva, 2014).

Assim, uma das diferenças observadas é que na escola as crianças Jeovás não participam nem festejam o seu próprio aniversário, nem a Páscoa, o Natal ou o Carnaval, têm um limite de uso da televisão, são neutros no que toca às questões políticas na escola e medicamente, recusam-se a receber transfusões de sangue (Wah, 2001). Para os Jeovás os filhos devem aproveitar o máximo da educação escolar e para este fim, ensinam aos mesmos a cooperarem com os professores. A Bíblia ensina também a sujeição às leis do país em que se vive (Santos, 2011).

Mesmo com as indicações das Orientações Curriculares que apontam pelo respeito e valorização das características e individualidades da criança, existe um grande trabalho a ser feito por parte dos educadores de infância, que além de transmitirem valores relacionados com a aceitação, o respeito e a ética, devem também criar estratégias para que estas se sintam verdadeiramente incluídas e integradas (Silva, 2014).

 Para Débora Silva (2014), na sua tese de mestrado sobre: “A inclusão das várias culturas das crianças no Jardim de Infância” escreve que muitas vezes os jardins de infância continuam afastados desta realidade e a sua organização e funcionamento continuam estagnados, sendo que os currículos são feitos para as “nossas” crianças, tendo por base a “nossa” cultura. Quando isso acontece, deixam de existir respostas às diversidades culturais das crianças. Assim cabe aos educadores a gestão dos seus currículos, de modo a que estes se tornem significativos, cumprindo assim os objetivos para que foram criados. Desta forma, ao questionar uma testemunha Jeová sobre este tema, ela referiu que “Identificar cada religião e crenças associadas a essas religiões é um desafio para qualquer educador de infância ou professor. Por isso, achamos que actividades de conotação religiosa não deveriam ser incluídas nos conteúdos programáticos”.

Para a inclusão das crianças na sala de aula, Cardoso (1998), defende que o educador deverá:

- Criar igualdade de circunstâncias para o sucesso educativo;

- Conceber a interculturalidade, como parte integrante do projeto de escola;

- Proporcionar o desenvolvimento da auto-estima e auto-confiança, através da valorização das suas culturas de origem;

- Proporcionar metodologias adequadas às diferentes necessidades das crianças;

- Dar possibilidades de partilha de conhecimento dos diferentes grupos étnicos;

- Contribuir para a formação de futuros cidadãos democráticos e pluralistas;

- Criar contextos anti-discriminatórios (Silva, 2014).

Para que se possam cumprir os pontos mencionados anteriormente, é fulcral que o educador tenha o conhecimento e o entendimento sobre as crianças com quem trabalha, para isso é uma relação Família-Escola (Silva, 2014).

Um outro ponto de interesse, passa pelos conteúdos científicos ensinados nas escolas em relação à origem da vida uma das brochuras entregues pelos Jeovás em que tenta responder à questão: Será que toda vida tem um ancestral comum? Tendo como base a discussão da teoria da evolução que está relacionada com o surgimento da vida desde as células mais simples até às mais complexas, esta comunidade responde que “Se a teoria da evolução for verdade, ela certamente deve ter uma explicação razoável sobre o surgimento espontâneo da primeira célula simples. Por outro lado, se a vida foi criada, deve haver evidências de que até mesmo a menor das criaturas é resultado de um projeto inteligente”. Numa outra brochura, discutindo a teoria de Darwin da evolução das espécies foi dito que: “todos os organismos vivos possuem projetos similares de DNA, a linguagem de programação, ou código, que determina forma e as funções de sua célula ou células. Pense no seguinte: Será que essa similaridade existe, não por que esses organismos tiveram um ancestral em comum, mas por que tiveram o mesmo projetista?”. Parece que a melhor forma de lidar com esta pluralidade religiosa na escola e a tensão de diferentes crenças, é ensinando o aluno sem a influência dos valores próprios do professor, a adoção de uma postura de respeito e compreensão pelo outro ao mesmo tempo, que a escola deixa claro o seu papel imparcial acerca dos conteúdos e atividades desenvolvidas (Santos, 2011).

Veja mais em:

www.jw.org/pt/

 

 

 

 

 

 

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