Avaliação Psicológica
Conceito
O conceito de avaliação psicológica é relativamente recente. Segundo Sundberg (1977), esta designação terá surgido para descrever os procedimentos, empregues por psicólogos e psiquiatras, para selecionar indivíduos especialmente qualificados para operações de espionagem (Simões, 1994).
As várias definições mostram que a designação de avaliação psicológica aponta para realidades, justificações e prioridades relativamente diferentes. Assim, a avaliação psicológica aparece definida como: “processo extremamente complexo de resolução de problemas (resposta a questões) que utiliza vários procedimentos de recolha de dados (testes, entrevistas, análise funcional); os dados obtidos a partir destes métodos são integrados na produção e confirmação das hipóteses acerca de um indivíduo e do seu problema” (…) e corresponde a “um processo variável, que depende da questão colocada, das pessoas envolvidas, compromissos temporais, e um número infinito de fatores. Como tal, não pode ser reduzido a um conjunto finito de regras específicas, etapas” (Maloney e Ward, 1976) (Simões, 1994).
Segundo Talletn (1992), a avaliação psicológica é um “processo… orientado por princípios, teorias e relações empiricamente estabelecidas entre características da personalidade e variáveis teste” (Simões, 1994).
Avaliação psicológica passa por tecnologia, instrumentos de medida, técnicas de avaliação no entanto, não se reduz apenas a isto; corresponde a um empreendimento orientado para a compreensão dos indivíduos. Assim, para McReynolds, (1975), a avaliação psicológica surge como um “processo através do qual uma pessoa tenta conhecer, compreender ou formar um juízo ou uma opinião acerca de uma outra pessoa”; ou segundo Walsh e Betz (1994), implica a existência de um “processo para compreender e ajudar as pessoas a lidar com os seus problemas” (Simões, 1994).
Objetivos:
- Despistagem;
- Descrição (identificação de atributos);
- Compreensão;
- Verificação de hipóteses;
- Explicação;
- Diagnóstico;
- Prognóstico do comportamento futuro;
- Tomar decisões informadas acerca da planificação;
- Execução;
- Medida da eficácia das intervenções (Simões, 1994).
Contextos de aplicação:
- Escolar/educação;
- Orientação vocacional;
- Aconselhamento psicológico;
- Clínica/saúde;
- Reabilitação física e sensorial;
- Justiça/forense/judicial;
- Trabalho/Organizações;
- Militar;
- Tráfego;
- Ambiente (Simões, 1994).
Métodos e Instrumentos de Avaliação Psicológica
O termo avaliação psicológica pode ser usado para referir um conjunto diversificado de métodos básicos:
- Testes psicológicos;
- Técnicas projetivas;
- Entrevista;
- Observação direta;
- Questionários de personalidade;
- Inventários de interesses;
- Escalas de avaliação do comportamento;
- Medidas psicofisiológicas;
- Procedimentos de Auto monitorização;
- Etc (Simões, 1994).
Um método nunca deve ser utilizado isoladamente, pois nenhum deve ser considerado melhor do que os outros. Assim, o uso conjunto de vários métodos produz, uma representação mais completa, útil e válida do paciente e dos problemas (Simões, 1994).
Apesar de não haver métodos nem instrumentos completamente satisfatórios, instrumentos tradicionais na área da inteligência- as escalas de Wechsler (WPPSI-R para crianças do pré-escolar; WISC- III para crianças dos 6 aos 16 anos e a WAIS- R para adultos) e na área da personalidade (como o MMPI) continuam a constituir a solução quando não existem alternativas viáveis. Deve ainda frisar-se que os vários instrumentos de avaliação não são medidas perfeitas, pois estão sujeitos a erros. A melhor resposta consiste em trabalhar com os melhores instrumentos disponíveis (Simões, 1994).
Fases no processo de Avaliação Psicológica
1) Obtenção do consentimento informado;
2) Identificar a natureza do problema;
3) Primeira formulação/conceptualização do caso/Planificação;
4) Aplicação de uma bateria flexível de instrumentos;
5) Cotação das provas empregues;
6) Formulação/conceptualização do caso;
7) Elaboração do relatório psicológico;
8) Entrevista de devolução da informação/ Elaboração do relatório psicológico;
9) Plano de intervenção;
10) Monitorização/avaliação da eficácia da intervenção (Simões, 1994).
Sabe mais com:
www.scielo.br/pdf/paideia/v12n23/09.pdf
comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/5261/1/2005_PEC_2.pdf#page=11
Aqui, encontra-se o exemplo da aplicação da WAIS, um teste de inteligência para adultos...