Ansiedade

Segundo Spielberger (1979), os indivíduos mais ansiosos, sob moderado ou elevado stress, tendem a ter maior rendimento que os indivíduos menos ansiosos, isto talvez devido a uma componente cognitiva da ansiedade – a preocupação. Vários estudos evidenciam o efeito desta preocupação ansiosa em situações de exames ou de provas ou no desempenho de testes de inteligência (Barros e Barros, 1996).

Em geral parece que uma alta ansiedade é causa de insucesso, enquanto a ansiedade moderada pode melhorar o rendimento em tarefas simples ou então já familiares ao aluno, mas desfavorecendo – o em tarefas mais complexas ou menos familiares. Depende portanto da quantidade de ansiedade, assistindo – se por isso a uma relação curvilínea entre as duas variáveis: até um certo grau a ansiedade pode ser positiva, mas se aumenta torna – se negativa. Há certamente uma ansiedade que facilita a aprendizagem e mesmo as provas de avaliação (estimulante) e outra que dificulta (debilitante). A ansiedade influencia o rendimento indiretamente, dificultando, por exemplo, a atenção e concentração e a capacidade de memorização (Barros e Barros, 1996).

Entretanto é preciso ter em conta outras variáveis, como a idade (a ansiedade é mais perniciosa nas crianças do que nos jovens) e o sexo. Depende também da idiossincrasia do sujeito ou aluno e da dificuldade da tarefa. Está dependente ainda do professor que pode ensinar aos alunos a gerir (coping) melhor as situações ansiogéneas, como sejam os exames (Barros e Barros, 1996).

As estratégias para melhorar a situação, tanto podem consistir em fazer diminuir a ansiedade (através da dessensibilização sistemática) como adaptar o ensino e a sua metodologia para o tornar mais acessível aos sujeitos ansiosos, sobretudo gerindo melhor os períodos e métodos de avaliação e, enfim, melhorando todo o ambiente da escola e da família para que o aluno se sinta mais motivado e menos ansioso (Barros e Barros, 1996).