Desânimo Aprendido

 

Quando os indivíduos não conseguem dominar a situação, generalizam as suas respostas de impotência a outras situações mais ou menos idênticas, o que lhes dificulta posteriormente a aprendizagem de respostas simples. Todas as pessoas estão sujeitas a situações difíceis na vida, o facto de desanimarem ou não depende da sua história pessoal, o que nos remete para os constructos de auto – conceito e de auto – estima (Barros e Barros, 1996).

Do ponto de vista cognitivo, o sujeito desenvolve expectativas de não controlabilidade da situação. A situação de desânimo leva também consigo um aspecto afectivo negativo, porque não é agradável ter de aceitar as próprias limitações, o que fere a auto – estima e pode levar à depressão. Assiste – se a um défice motivacional pois o sujeito não se sente disposto a lutar para inverter a situação (Barros e Barros, 1996).

O desânimo aprendido aproxima – se das atribuições causais sendo essencialmente interpretado como incompetência ou incapacidade pessoal de controlar os resultados; as atribuições são feitas essencialmente a causas externas, portanto este constructo pode ser visto como uma expectativa de incontrolabilidade e como atribuição do insucesso à incompetência (Barros e Barros, 1996).

 

No Campo Educativo?

Não é indiferente o aluno (ou o professor) encontrar – se numa situação de auto – confiança e com expectativas positivas a respeito das suas potencialidades, ou em situação de desânimo aprendido. Há estudos de campo que demonstram a força negativa do desânimo aprendido.

Hiroto (1974) procedeu a estudos com estudantes universitários, concluindo que uma tarefa com sujeitos desanimados cria uma perceção de incontrolabilidade semelhante às crenças de controlo externo. Porém, assiste – se a alguma inconsistência nos resultados das investigações porque há indivíduos que, sujeitos a desânimo, melhoram o desempenho em vez de o piorar, talvez porque a situação aparentemente incontrolável constitua para eles um desafio. Por isso depende muito da história e idiossincrasia dos sujeitos (Barros e Barros, 1996).

Outros autores concluem que sujeitos induzidos em desânimo rendem menos e utilizam estratégias menos adequadas na resolução de problemas.Em geral pode dizer – se que este sujeitos, como consequência de diversos insucessos, geram expectativas mais pessimistas quanto ao futuro e fazem atribuições causais menos realistas. Realizaram – se estudos em campos específicos como é o caso da aprendizagem da leitura e da matemática, concluindo – se  que os sujeitos desanimados encaram a situação com maior ansiedade e menor auto – confiança (Barros e Barros, 1996).

 

 

 

 

 

 

 

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