Estilos Cognitivos
Entende – se por estilos cognitivos certos modos característicos de perceber, memorizar e recordar, de pensar e resolver problemas, de processar e utilizar a informação, processos intelectuais que dependem intimamente das tendências fundamentais da personalidade (Barros e Barros, 1996).
Cada aluno tem o seu estilo próprio de processar a informação ou de estudar, portanto os autores identificaram diversos estilos cognitivos, embora o mais estudado seja o primeiro:
· Dependência/independência de campo. Segundo Witkin (1965) há dois tipos de experiência percetual: uma mais difusa e global, onde as partes se apreendem como fundidas no todo, revelando o sujeito dificuldade em destaca – las do contexto (dependência de campo) e outra mais definida e analítica, podendo o sujeito perceber as partes e abstrair – se do conjunto (independência de campo). Este estilo está relacionado com outros fatores ou constructos, quer cognitivos quer de personalidade, como o QI (o independente de campo pode obter resultados mais elevados nos testes), a realização escolar (onde os dependentes de campo beneficiariam mais de métodos globais e expositivos e os independentes de métodos analíticos e por descoberta; os dependentes em princípio estariam mais cotados para as ciências humanas e sociais, enquanto os independentes para as ciências físicas e matemáticas) (Barros e Barros, 1996);
· Reflexibilidade/impulsividade. Enquanto o sujeito reflexivo não se precipita nas respostas tendo mais hipóteses de acertar, o impulsivo responde com o que primeiro lhe vem à cabeça, tendo mais dificuldade e concentrar – se que o reflexivo, sendo mais nervoso e ansioso e daí poder ter menos sucesso escolar (Barros e Barros, 1996);
· Holista/serialista. Também o holista ou globalista, usando mais uma aprendizagem de compreensão (AB – A – B – AB – C – D – CD – AB – CD – ABCD) se aproxima do estilo dependente, enquanto o serialista, preferindo uma aprendizagem de operação (A – B – AB – C – ABC – D – ABCD) se identifica mais com o independente de campo. Digamos que o holista vê antes o bosque que a árvore, enquanto o serialista começa pela árvore (Barros e Barros, 1996);
· Convergente/divergente. O indivíduo que usa um estilo mais convergente é mais conservador, menos criativo e por isso pode obter classificações mais elevadas nos testes tradicionais de inteligência, enquanto o divergente é mais criativo e emotivo, podendo sair – se melhor em tarefas abertas e sentir – se mais inclinado para as artes ou profissões que exigem maior criatividade (Barros e Barros, 1996).
Como afeta o rendimento escolar?
Parece haver estilos mais predispostos a um melhor rendimento escolar. Neste caso, será justo pensar em alterar ou modificar os estilos educativos dos alunos? O melhor será que o professor tente adaptar o seu estilo de ensino ao estilo cognitivo dos alunos, ao menos da maior parte, embora alguns possam ficar prejudicados, sendo impossível a individualização total. O docente pode usar métodos:
· Compensatórios (compensando algumas limitações do aluno);
· Potenciadores (potenciando ainda mais alguns pontos ou aspectos mais fortes do aluno);
· Corretivos (tentando remediar aspectos mais negativos);
· Desafiantes (convidando os alunos a mudar, a serem mais reflexivos)(Barros e Barros, 1996).