Locus de Controlo

 

Rotter (1966) considera que este conceito refere-se à forma como o acontecimento é interpretado pelo indivíduo, designamos por uma crença de controlo externo se a pessoa atribui os resultados à sorte, a um deus, aos outros… enquanto se o individuo percebe que o acontecimento dependeu do seu próprio comportamento ou das suas características relativamente permanentes, apelidamos isto como sendo uma crença no controlo interno” (Barros e Barros, 1996).

Rotter (1966) descreve a pessoa interna como um indivíduo que possui uma forte crença de que pode controlar o seu próprio destino, e por isso é provável que:

a)      Esteja mais atento aos aspectos do seu meio ambiente que fornecem informações úteis para o seu futuro comportamento;

b)      Procure melhorar as suas condições ambientais;

c)      Atribua maior valor às competências ou reforços de realização e se sinta geralmente mais interessado nas próprias possibilidades e particularmente nos fracassos;

d)     Se mostre mais resistente às tentativas subtis para o influenciar.

O “externo” seria o contrário. Todavia há diversas espécies ou modalidades de externalidade: os externos propriamente ditos, chamados pelos autores “externos passivos” ou “externos congruentes” (atribuem os resultados à sorte) e os “externos defensivos”, os quais fundamentalmente são internos mas, em situações específicas como, por exemplo, na escola, se tornam externos como defesa contra o fracasso que sentem ser devido aos professores (atribuem os resultados aos “outros poderosos”) (Barros e Barros, 1996).

No entanto, nem sempre é clara esta distinção porque os indivíduos colocam – se dentro de um continuum – não se trata de uma tipologia e embora haja uma tendência para a “internalidade” ou para a “externalidade”, o mesmo indivíduo pode manifestar – se simultaneamente interno numa situação (por exemplo, em casa) e externo noutra (na escola ou no seu posto de trabalho) (Barros e Barros, 1996).

Uma forte internalidade pode gerar ansiedade e complexos de culpa quando as coisas correm mal. No entanto, os indivíduos internos têm qualidades ou características que favorecem o sucesso escolar, a saúde ou a socialização, com uma maior eficácia intelectual, maior criatividade, mais perseverança, maior assertividade, mais tolerância, etc. (Barros e Barros, 1996).

 

Então, porque é que umas pessoas são mais internas do que outras?

As causas podem residir mais no indivíduo como:

·         A idade (a internalidade geralmente vai crescendo com a idade);

·         O sexo (os homens tendem a ser mais internos);

·         A saúde (em situações de doença cresce a externalidade);

·         Os medos;

·         As experiências passadas, etc.

 

Pode Residir na educação familiar:

Os pais calorosos, flexíveis, permissivos, desenvolveriam a internalidade nos filhos, enquanto os pais mais hostis e autoritários favoreceriam o desenvolvimento da externalidade. Dubois (1987) realça também a importância das práticas educativas dos professores na modelagem das crenças de controlo do reforço por parte dos alunos, com resultados semelhantes aos dos pais.

A maior parte dos estudos encontra correlações entre a internalidade e o sucesso, embora isso não nos permita considerar a internalidade como preditora do sucesso, uma vez que entram em campo muitas outras variáveis. Se os internos, por exemplo, são mais perseverantes na tarefa, mais competitivos, responsáveis, auto – confiantes, etc. é do senso comum, hipotizar uma maior correlação entre a internalidade e o sucesso. (Barros e Barros, 1996).

Findley e Cooper (1983) puderam concluir que em geral é significativamente positiva a relação entre a internalidade e a realização escolar, embora mediada por outras variáveis, como:

·         O sexo (maior correlação nos rapazes);

·         A idade (maior correlação nos adolescentes e crianças);

·         As escalas usadas;

·         O tipo de avaliação do sucesso (maior correlação com os testes de aptidão e de inteligência).

Há estudos que incidem em particular em crianças com dificuldades de aprendizagem, concluindo que em geral tais crianças apresentam um índice maior de externalidade. Chapman e Boersma (1979) afirmam que não, estas crianças não têm apenas tendências mais externas, mas também os seus pais reagem mais negativamente e têm expectativas mais baixas a respeito do sucesso dos filhos. Seria necessário trabalhar com os filhos para que aumentassem a auto – estima e fizessem atribuições mais realistas (Barros e Barros, 1996).

 

 

 

 

 

 

 

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