Maturidade
Pode afirmar – se que o fim da educação e de qualquer aprendizagem visa levar o educando a atingir a maturidade ou a tornar – se progressivamente uma pessoa adulta.
Allport (1969) apresenta seis critérios de maturidade:
· Ampliação do sentido do eu (interesses variados e programação quanto ao futuro);
· Relação afectuosa do eu com os outros (compaixão);
· Segurança emocional (auto – aceitação);
· Percepções, competências e tarefas realistas;
· Auto – objectivação (introversão, auto – conhecimento e sentido de humor);
· Filosofia unificadora da vida (orientação para os valores, incluindo os religiosos).
No entanto, uma criança e um adolescente podem também ser “adultos” à medida da sua idade, considerando – se a maturidade, de um ponto de vista desenvolvimental, como o comportamento adequado à idade. Mas, quer na idade evolutiva, quer na vida adulta propriamente dita, pode acontecer que, em vez da maturidade e equilíbrio normais, aconteçam desequilíbrios, imaturidades ou a desagregação mais ou menos pronunciada da personalidade, que não deixam a pessoa expandir – se devidamente ou integrar harmoniosamente todas as suas dimensões (Barros e Barros, 1996).
Normalmente ou autores classificam estas anomalias em neuroses e psicoses, que podem ocorrer em qualquer fase etária, dependendo de múltiplos factores. Nas neuroses a pessoa é dominada por diversos conflitos, mais ou menos inconscientes, que provocam alta carga de ansiedade, desencadeando os mais diversos mecanismos de defesa e sentimentos de culpa, que geram ainda mais ansiedade, repetindo – se o ciclo vicioso. Todavia, o sujeito neurótico dá – se conta da sua situação, não se desagregando internamente nem perdendo o contacto com a realidade nem com o ambiente social que o rodeia, ao contrario do psicótico (esquizofrénico, depressão grave) que se desagrega internamente e se torna associal (Barros e Barros, 1996). A educação, e em particular a escola, deve promover a maturidade e o equilíbrio harmonioso de todas as dimensões da pessoa e não contribuir para agravar as eventuais tendências neuróticas ou psicóticas do educando. Infelizmente nem sempre a escola é fator de harmonioso desenvolvimento de todas as dimensões da pessoa e lugar de felicidade e de libertação, sujeitando antes o aluno a pressões de diversa ordem que atingem principalmente os mais frágeis psicossocialmente (Barros e Barros, 1996).