Teorias Psicanalíticas

 

     Teoria Freudiana 

O modelo freudiano da personalidade é complexo e prevê diversas fases de desenvolvimento e diversas instâncias de personalidade. As pulsões ou impulsos internos são os determinantes principais e quase exclusivos do comportamento (Barros e Barros, 1996). Nestes instintos há sempre:

·         Uma força impulsionadora (Drang);

·         Um fim (Ziel), que é a satisfação do instinto e consequente redução da tensão;

·         - Um objecto (Object) ou coisa que permite satisfazer ou aliviar a tensão;

·         - Por fim, uma fonte (Quelle) que tem um carácter somático e obedece a um processo fisiológico.

Freud postula a existência de três pulsões ou instintos fundamentais:

·          Instinto sexual (Libido), energia que se descarrega através da atividade genital;

·         Instinto de vida (Eros), de conservação ou de sobrevivência;

·          Instinto de morte (Thanatos), antagónico do instinto de vida e que tende a prevalecer.

Este autor postula também uma topografia da mente ou do “aparelho psíquico”, conforme os seus conteúdos são mais ou menos (in)conscientes, distinguindo três sistemas (Barros e Barros, 1996):

·         O inconsciente, formado por material pulsional, em contínuo dinamismo, influenciando grandemente o comportamento, apesar de ser material reprimido que não aflora voluntariamente à consciência;

·         O pré – consciente, processos psíquicos não usados pelo sujeito mas que podem aflorar à consciência;

·         O consciente, disponível ao sujeito, mas com conteúdos muito limitados.

Passados alguns anos, Freud dá – se conta de que esta divisão dos processos mentais é estática, pois os diversos processos estão em relação funcional uns com os outros, e pensa numa nova teoria do aparelho psíquico (segunda tópica) com três instâncias (Barros e Barros, 1996):

·         O id, a parte mais profunda do psiquismo, dominado pelo inconsciente, fonte de toda a energia libidinal e agressiva, e que se rege pelo “princípio do prazer”;

·         O super – ego, formado pela introjecção ou interiorização das normas parentais e sociais, que originam o sentido de culpabilidade, dominado também pelo inconsciente e onde predomina o princípio do bem e do mal;

·         O ego formado particularmente a partir do contacto com o meio ambiente, dominado pelo “princípio da realidade” que permite ao sujeito actuar conscientemente, embora sob a influência das outras duas instâncias que levam ao recalcamento e a outros mecanismos de defesa, aqui há um equilíbrio entre os três sistemas.

Quanto à sua origem e desenvolvimento, o id está presente desde o nascimento da criança, o ego desenvolve – se a partir do sexto ou oitavo mês e fica diferenciado pelos dois ou três anos, enquanto o superego aparece pelos cinco anos e estabiliza pelos dez aproximadamente.

A teoria freudiana é também uma teoria evolutiva e ainda que o processo evolutivo não seja linear e possam surgir fixações ou mesmo regressões a fases anteriores, as manifestações da pulsão sexual durante a infância desenvolvem – se através das seguintes fases ou etapas:

·         Oral (durante o primeiro ano e meio de vida a criança encontra prazer principalmente na boca);

·         Anal (até aos três anos a retenção ou expulsão das fezes ou da urina constitui a principal fonte de prazer);

·         Fálica (a partir do final do terceiro ano os órgãos genitais começam a ser a principal fonte de prazer, passando a criança pela fase edipiana, onde o complexo de Édipo pode gerar complexo de culpa e medo ou complexo de castração);

·         Latência (6/7 – 11/12 anos, onde a pulsão sexual é menos intensa);

·         Genital (surge com a puberdade e com a capacidade de atingir o orgasmo).

Como se sabe, Freud teve os seus opositores, mesmo entre os discípulos, como é o caso de Jung e Adler, seguindo – se outros teóricos da psicanálise (neo – freudianos) que procuraram dar uma dimensão mais social á teoria freudiana, com consequências também no campo educativo. Aqui faz – se uma breve referência a Adler e Fromm por eventualmente as suas teorias serem suscetíveis de maior aplicação educativa (Barros e Barros, 1996).

 

Adler

Adler, em vez de insistir no sexualismo de Freud, põe a tónica na agressividade que se manifesta na “busca de poder” como principal motivação da vida. Desde cedo, a criança sente – se inferior em confronto com os outros e procura superar esse “complexo de inferioridade” através do “complexo de superioridade”, na tentativa de se superar a si mesma. Adler chama “estilo de vida” à forma como o homem procura superar o seu sentimento de inferioridade através do seu “eu” criativo e do seu “eu consciente”, sempre atento ao “interesse social” (Barros e Barros, 1996).

 

Erich Fromm

Erich Fromm, por seu lado, considera a sociedade como configuradora da personalidade, onde o sujeito se deve mover livremente, sem “medo da liberdade”, e sem cair no “conformismo” ou na “alienação”. O homem é dominado por diversas necessidades, como a necessidade de relação, de pertença, de identidade, de transcendência, de ter pontos de referência. Sem um ideal ou sem um fim, o homem pode cair em contradições e dicotomias, usando mecanismos de fuga (sadismo, masoquismo, irracionalidade, automatismo) que não o favorecem nem à sociedade onde se insere (Barros e Barros, 1996).

 

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