Agrupar alunos

Será que os testes de Inteligência devem servir para agrupar os estudantes consoante as suas capacidades? 
Dois tipos de agrupamentos são realizados na escola: entre turmas e dentro da própria turma.
 
1 – Agrupamento entre turmas

Este tipo de divisão dos alunos é realizada com base nas capacidades destes ou no sucesso escolar alcançado, como uma forma de organização dos estudantes sobretudo no secundário (Slavin, 1990, 1995). O lado positivo deste tipo de organização, onde há uma menor diversidade no nível de capacidades dos alunos numa mesma turma, é o fato de ser mais fácil ensiná-los e tem como objetivo os estudantes medianos não serem ofuscados pelos mais talentosos. No entanto, não nos podemos esquecer que o desempenho de um estudante não tem de ser igual em todas as áreas, ou seja, um aluno bom a matemática pode ter resultados baixos no inglês (Santrock, 2006).

Críticos deste tipo de organização consideram que os alunos colocados em classes de nível mais baixo tendem a ser estigmatizados (Smith-Maddox & Wheelock, 1995), por exemplo, os estudantes podem ser rotulados como burros ou de inteligência inferior. Considerando também que estas turmas tendem a ter os professores menos experientes, possuem menos recursos e são alvo de expectativas mais baixas (Wheelock, 1992). Para além destas críticas, há autores que vão mais longe e afirmam que esta divisão visa segregar os estudantes com base na etnicidade e no estatuto socioeconómico, pois as turmas de nível mais elevado tendem a ter poucos alunos provenientes de minorias étnicas e de classes mais empobrecidas (Santrock, 2006).

Em escolas onde existe este tipo de estrutura, deve-se dar aos estudantes de turmas de nível inferior a oportunidade para melhorarem a sua performance académica e de mudarem para uma turma de nível superior. Assim, nas escolas públicas de São Diego, os alunos destas turmas são envolvidos num conjunto de cursos e workshops que lhe ensinam a desenvolver capacidades de anotar, de perguntar e responder, de pensar e de comunicar. Mas também são envolvidos em grupos de estudos onde se podem ajudar uns aos outros, as crianças que conseguiram melhorar são vistas como modelos, treinadores e mesmo motivadores dos seus colegas. Para a decisão dos chumbos cada professor tem uma equipa de conselheiros da escola de todas as disciplinas e no verão, os professores são envolvidos num conjunto de formações que permitem melhorar as suas formas de ensinar (Santrock, 2006).

Uma variação deste tipo de organização é o agrupamento por níveis ao longo das várias idades no chamado “nongraded program”, em que os estudantes são agrupados pela sua capacidade e não pela sua idade nem pelo seu ano escolar, especialmente na primária. Por exemplo, o plano Joplin é um programa de aprendizagem na leitura em que os estudantes de 2º, 3º e 4º ano são agrupados perante competências similares nesta área (Santrock, 2006).

 

Algumas Estratégias de Ensino Usando a Organização por turma

    1 – Usar outras medidas para agrupar os alunos como o conhecimento dos estudantes e as suas potencialidades em determinadas disciplinas ao enviés de os agrupar com base nos testes de QI;

    2 – Não formar mais do que 2 ou 3 grupos, pois não se é capaz de dar atenção e instrução adequada a um grande número de grupos;

    3 – Evitar rótulos nos grupos como “baixo”, “médio” e “alto” e também a comparação entre estes;

    4 – Considerar o agrupamento dos alunos como uma situação capaz de ser revista e modificada. Deve ser-se    cuidadoso(a) na performance dos estudantes e se um aluno numa turma de nível mais baixo estiver a progredir adequadamente deve-se mudá-lo para uma turma de nível superior. Por sua vez, se um aluno de uma turma de nível superior estiver a ter uma performance baixa deve-se avaliar se aquele nível é o mais adequado para o estudante e decidir que apoio este deve ter para melhorar os seus resultados;

    5 – Desenvolver estratégias para ajudar os alunos de níveis mais fracos a atingir o sucesso académico (Santrock, 2006).

 

2 – Agrupamento dentro da mesma turma

Envolve formular dois ou três grupos de estudantes dentro da turma que possuam diferentes competências, acontece normalmente na primária e nas áreas de leitura e matemática (Santrock, 2006).

 

 

 

 

 

 

 

 

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