Avaliação na sala de aula
Natureza, funções e métodos da avaliação dos produtos escolares
O termo avaliação psicológica é desencadeado quando emitimos um determinado juízo acerca de um acontecimento de um individuo ou objeto, de acordo com um ou mais critérios (Naizet e Caverni, 1985).
Os métodos de avaliação utilizados no sistema escolar têm como principal função controlar a realização dos objetivos fixados ao ensino. Estes objetivos estão organizados em dois níveis:
- Objetivos sociais: relativos aos fins que visa a sociedade global através de atos educativos;
- Objetivos pedagógicos: comportamentos terminais que o aluno, ou estudante, deve atingir na sua formação. Por exemplo, na aprendizagem de uma língua estrangeira o objetivo pedagógico é o acesso a um certo número de comportamentos terminais definidos em termos de domínio da língua (Naizet e Caverni, 1985).
No entanto, apesar desta pequena distinção, estes dois objetivos atuam de forma interligada, pois eles agem uns sobre os outros. Os objetivos sociais, que por exemplo, fixam às formações superiores um certo objetivo de profissionalização, exigem por isso mesmo objetivos pedagógicos (Naizet e Caverni, 1985).
Existem vários tipos de avaliação que são utilizados para controlar a realização dos objetivos sociais e pedagógicos atribuídos ao sistema escolar e universitário. Em todos os casos, a avaliação situa-se à saída de um processo comportando três etapas sucessivas:
1) O professor define uma tarefa (um exercício ou um problema);
2) Produto (oral ou escrito);
3) Avaliação (Naizet e Caverni, 1985).
Os diferentes tipos de avaliação e os seus objetivos
Podem distinguir-se dois tipos de avaliação:
- Contínua: avaliação em que o professor acompanha a sua turma de forma regular e conhece os seus alunos. É, na maior parte das vezes, uma avaliação interna na medida em que é aquele que efetuou a ação pedagógica que julga os resultados dessa ação, avaliando os trabalhos dos alunos a quem se dirigiu o seu ensino. O objetivo desta avaliação é o professor seguir a evolução de cada um dos seus alunos, poder registar progressos e retrocessos, e ainda notar dificuldades.
-Final: avaliação efetuada aquando dos exames e dos concursos. Esta avaliação é, na maior parte das vezes, uma avaliação externa, pois os avaliadores não são os professores que exerceram a atividade de formação face ao grupo avaliado. O objetivo desta avaliação é estabelecer um balanço à saída de um certo ciclo de ensino (Naizet e Caverni, 1985).
Uma outra distinção a fazer entre os tipos de avaliação é entre exame e concurso:
- Exame: tem como principal finalidade verificar se um certo nível de aprendizagem que se tomou por objetivo, foi atingido. Neste tipo de avaliação o importante são as notas, dado que são as notas obtidas que situam o candidato relativamente ao nível de referência;
Concurso: trata-se de selecionar, em vista de uma certa tarefa, os que são mais capazes, fixando-se primeiramente o número de candidatos que se deseja selecionar. O critério de seleção pode ser, quer uma capacidade profissional imediatamente disponível, quer a capacidade de tirar proveito de uma série de aprendizagens ulteriores (exame de admissão a uma faculdade, por exemplo). Nesta avaliação, o importante é a posição em que fica classificado o candidato (Naizet e Caverni, 1985).
Bloom et tal. (1971) distinguem três tipos ou categorias de avaliação:
- Avaliação diagnóstica: é que intervém quando se coloca o problema de saber se um sujeito possui as capacidades necessárias para empreender uma certa aprendizagem. É este tipo de avaliação que intervém todas as vezes que se coloque um problema de orientação;
- Avaliação formativa: é a que intervém no decurso de uma aprendizagem. O seu objetivo consiste em verificar se o aluno progride e se se aproxima do objetivo e obter uma dupla retroação: retroação sobre o aluno e retroação sobre o professor;
- Avaliação sumativa: é a que intervém no momento dos exames, que permite dizer se um determinado aluno é digno de tal grau ou se pode passar para o ano seguinte. Tem como principal finalidade fornecer um balanço e permitir uma decisão acerca do aluno (Naizet e Caverni, 1985).
Os instrumentos de avaliação
Os instrumentos de avaliação são as linguagens utilizadas para codificar e para comunicar os juízos emitidos. Podemos distinguir entre:
- Notas (por exemplo, classificação de 0 a 20), de acordo com uma escala numérica que possui um determinado número de propriedades;
- Classes ou categorias ordenadas (por exemplo, avaliação em cinco categorias: A, B, C, D, E);
- Apreciações qualitativas (por exemplo, avaliação por comentários), elas não constituem uma escala, são categorias não ordenadas, no entanto, muitas vezes reintroduz-se de forma despercebida nessas apreciações pelo menos uma escala ordinal (Naizet e Caverni, 1985).
O avaliador dispõe de um leque de instrumentos: categorias não ordenadas (apreciações) constituindo conjuntos de etiquetas, categorias ordenadas formando escalas ordinais (classificações), notas, ou seja, escalas numéricas (classificações) (Naizet e Caverni, 1985).
Apreciações, classificação segundo uma escala ordinal e classificação segundo uma escala numérica são as três formas utilizadas nos sistemas educativos. O tipo de escala utilizado depende do trabalho que foi dado como pretexto à avaliação (Naizet e Caverni, 1985).
Aprofundar a informação com:
www.uneb.br/gestec/files/2011/10/A-AVALIA%C3%87%C3%83O-EM-SALA-DE-AULA-35-190-1-PB.pdf
www.cinfop.ufpr.br/pdf/colecao_1/fundamentos_1.pdf